Estudantes desenvolveram uma poderosa ferramenta de IA para estudos, mas acabaram sendo suspensos pela própria universidade que os premiou. Uma reviravolta surpreendente e controversa.
Principais Destaques
- Dois estudantes da Emory University criaram uma ferramenta de IA chamada Eightball para ajudar nos estudos, ganhando um prêmio de $10.000 da universidade.
- Posteriormente, a universidade os acusou de trapacear e violação do código de honra, resultando em suspensões para ambos, mesmo sem provas de má conduta.
- Um dos estudantes processou a Emory, alegando que a universidade sempre soube como a Eightball funcionava e inicialmente a promoveu, revertendo sua posição mais tarde.
A Ferramenta de Estudo Premiada
Eightball: Uma Revolução no Aprendizado
No coração desta controvérsia está a Eightball, uma ferramenta de inteligência artificial desenvolvida por dois estudantes brilhantes da Emory University. Com a capacidade de transformar qualquer material de curso em testes práticos ou cartões de estudo, a Eightball prometia revolucionar a maneira como os alunos se preparavam para as avaliações.
Integração Perfeita com o Canvas
A genialidade da Eightball residia na sua perfeita integração com o Canvas, a plataforma utilizada pelos professores da Emory para compartilhar documentos de curso com os alunos. Em vez de os estudantes terem que fazer upload de cada PDF individualmente, a Eightball analisava tudo, desde palestras a slides, criando um recurso de estudo personalizado e abrangente.
Comparações com o ChatGPT
Em um vídeo de demonstração, a Eightball foi comparada ao ChatGPT, mas treinada especificamente nos cursos do Canvas, em vez de ter que depender de informações genéricas da internet. Essa abordagem personalizada prometia oferecer uma experiência de estudo mais relevante e eficaz para os alunos da Emory.
A Virada Inesperada
Acusações de Trapaça e Plágio
Apesar do entusiasmo inicial em torno da Eightball, a situação tomou um rumo inesperado. Em novembro de 2023, o Conselho de Honra da Emory acusou os criadores da ferramenta de trapacear, plagiar e ajudar outros estudantes a violar o Código de Honra. Em consequência, os estudantes foram forçados a desativar a Eightball.
Alegações de Conexão Não Autorizada com o Canvas
Entre as acusações, o Conselho de Honra alegou que a Eightball se conectava ao Canvas sem permissão, apesar de essa funcionalidade ter sido amplamente divulgada durante a competição de premiação na primavera de 2023. Uma investigação foi aberta contra os estudantes, mas descobriu-se que a Eightball não havia facilitado a trapacear e que seus criadores nunca mentiram sobre suas capacidades.
Suspensões e Expulsões Recomendadas
Mesmo assim, o Conselho de Honra recomendou a suspensão de um ano para um dos estudantes, Benjamin Craver, e a expulsão do outro, o idealizador da Eightball. O diretor do Conselho classificou a situação como “sem precedentes” devido ao dano potencial que poderia causar na Emory.
A Batalha Judicial
Processo Contra a Emory University
Em 20 de maio, Benjamin Craver entrou com uma ação judicial contra a Emory University, detalhando o desenvolvimento da Eightball, o apoio dos professores, os artigos promovendo-a no jornal da universidade e a transparência constante dos estudantes em relação ao uso da ferramenta.
Evidências de Apoio Institucional
Entre outras evidências, o processo compartilha palavras de apoio da vice-reitora da escola de negócios da Emory sobre a Eightball após o prêmio, bem como sua decisão de conectar os estudantes a um empreendedor externo, ex-aluno da Emory. “Embora nada tenha mudado na Eightball, a visão da Emory sobre ela mudou drasticamente”, afirma o processo de Craver.
A Emory Promove e Censura a Eightball
“A Emory admite que não há evidências de que alguém tenha usado a Eightball para trapacear. E até hoje, a Emory divulga a Eightball como um exemplo de inovação e empreendedorismo estudantil“, acrescenta o processo, destacando a aparente contradição da universidade.
Conclusão
O caso da Eightball e da Emory University ilustra os desafios e a confusão que ainda existem em torno da integração da inteligência artificial no ambiente acadêmico. Enquanto alguns veem a IA como uma poderosa ferramenta de aprendizado, outros temem seus potenciais abusos. Esta batalha judicial pode estabelecer um precedente importante sobre como as instituições de ensino devem abordar e regulamentar o uso da IA pelos estudantes, equilibrando a inovação com a integridade acadêmica.