Rumo ao Polo Sul da Lua: Como os Astronautas Vão Chegar Lá
Em 2030, cerca de seis anos a partir de agora, os astronautas americanos voltarão à superfície da Lua. Quando aterrissarem, eles enfrentarão o mesmo desafio que milhões de adolescentes recém-habilitados em todo o mundo: eles precisarão de um carro maneiro.
A missão lunar, chamada Artemis V, está programada para enviar dois astronautas à superfície lunar para conduzir seis dias de experimentos científicos no polo sul da Lua. Para realizar essa tarefa, a NASA está lhes encomendando um conjunto de rodas – com ênfase nas rodas.
Desafios Únicos da Superfície Lunar

As condições extremas da Lua apresentam desafios únicos para o desenvolvimento de veículos. As típicas rodas de borracha para carros não vão funcionar. O frio intenso, a radiação solar e o solo lunar altamente abrasivo irão rapidamente destruir qualquer material convencional.
As empresas Goodyear e Michelin, contratadas pela NASA, estão realizando estudos de viabilidade de um ano para desenvolver o Lunar Terrain Vehicle (LTV) – o veículo de exploração lunar. Elas precisam criar uma nova geração de pneus e rodas capazes de sobreviver e se deslocar eficientemente na superfície lunar.
Buscando o Maior Contato com o Solo
A Michelin está focada em criar o que chama de “enorme área de contato”, ou seja, pneus que se achatam para fazer o máximo de contato possível com a superfície lunar. Essa grande área de contato será essencial para o LTV dirigir dentro e fora de crateras no polo sul da Lua, onde o veículo enfrentará inclinações de até 20 graus em solo solto.
Além disso, a maior deformabilidade dos pneus ajudará a manter todo o LTV eficiente em termos de energia, algo vital já que o veículo será alimentado por painéis solares e enfrentará longos períodos de escuridão no polo lunar.
Novos Materiais e Designs Inovadores
Para alcançar essa máxima deformabilidade, a Michelin está desenvolvendo novos tipos de materiais para os pneus, ainda não divulgados. A empresa também chegou à conclusão surpreendente de que a melhor solução para se movimentar em solo solto é não ter um padrão de relevo na banda de rodagem dos pneus – um pneu liso terá o maior contato com o solo lunar.
Já a Venturi Astrolab apresentou um design de “rodas deformáveis” para seu rover FLEX, com cerca de 200 cabos atuando como raios, um aro externo com molas e um novo material flexível para a banda de rodagem.
Aprendendo com Experiências Anteriores
O problema das rodas não é algo teórico no espaço. Em 2017, a NASA descobriu rachaduras nos sulcos dos pneus do rover Curiosity em Marte, após ele ter percorrido apenas 16 quilômetros. Isso levou a equipe do Jet Propulsion Laboratory a criar novas diretrizes sobre onde e como dirigir o rover, além de desenvolver um plano de contingência para remover partes danificadas das rodas.
Mas boas rodas levam a bons resultados para os rovers espaciais. Sete anos depois, o Curiosity ainda está em operação.
Conclusão: Rumo ao Polo Sul Lunar
Quando os astronautas da Artemis V pousarem no polo sul da Lua em 2030, eles terão à sua disposição um veículo de exploração lunar (LTV) equipado com pneus e rodas projetados especialmente para as condições extremas do ambiente lunar. Graças aos esforços de empresas como Goodyear, Michelin e Venturi Astrolab, esses astronautas poderão se deslocar com segurança e eficiência pela superfície da Lua, realizando suas missões científicas.
Principais Destaques
- Desafios únicos da superfície lunar: As típicas rodas de borracha para carros não vão funcionar na Lua, devido ao frio intenso, radiação solar e solo altamente abrasivo.
- Novo design de pneus e rodas: As empresas contratadas estão desenvolvendo soluções inovadoras, como pneus com maior área de contato e designs “deformáveis”, para garantir a mobilidade do veículo lunar.
- Aprendendo com experiências anteriores: Problemas com as rodas de rovers em Marte levaram a equipes de engenharia a criar planos de contingência e diretrizes para melhorar a durabilidade.