Num mundo digital em rápida evolução, a forma como interagimos com os candidatos presidenciais está a mudar. O antigo candidato presidencial Robert F. Kennedy Jr. pode não estar no palco dos debates, mas ele está a brilhar na plataforma TikTok Live, onde realizou uma town hall virtual com vários criadores de conteúdo.
Chaves para entender o fenômeno:
- Kennedy responde a questões sobre segurança alimentar e vacinas em livestreams no TikTok
- Criadores de conteúdo organizam estas town halls virtuais para desafiar os candidatos
- Plataformas alternativas permitem que candidatos de terceiros partidos alcancem o eleitorado
Um palco alternativo para um candidato controverso

Embora não tenha sido convidado para os debates presidenciais, Robert F. Kennedy Jr. encontrou uma forma inovadora de chegar aos eleitores. Na quinta-feira passada, ele participou de uma town hall virtual no TikTok Live, intitulada “The Sickening of America”, onde respondeu a perguntas de criadores de conteúdo e seus seguidores sobre segurança alimentar e vacinas.
Durante cerca de uma hora, Kennedy, conhecido por suas teorias da conspiração anti-vacinas, falou extensamente sobre as alegações infundadas de que vacinas e glúten poderiam causar ou agravar o autismo. Apesar de controverso, Kennedy tem aproveitado estas plataformas digitais para divulgar suas ideias sem a filtragem dos meios de comunicação tradicionais.
Criadores de conteúdo como moderadores
A town hall virtual foi organizada pela criadora de conteúdo Tiffany Cianci e sua comunidade no TikTok. Cianci tem se tornado conhecida por organizar livestreams com campanhas de terceiros partidos e outros criadores ao longo do último ano.
Ao contrário das town halls televisionadas, onde jornalistas moderam as conversas, nestes eventos virtuais são os próprios criadores de conteúdo que fazem a curadoria das perguntas e controlam o debate. Embora a maioria deles não possua formação profissional em política, eles compartilham um ceticismo em relação aos políticos e instituições tradicionais.
Desafiando os candidatos em plataformas alternativas
Segundo Cianci, o objetivo destas town halls é “ter uma conversa com políticos em um palco mainstream, onde eles vêm diretamente até nós em nossas plataformas, em vez de serem moderados pela mídia tradicional e suas perguntas filtradas”.
Com a cobertura constante dos candidatos dos principais partidos, campanhas de terceiros partidos têm buscado atenção por meios menos tradicionais. A natureza sem filtros dessas plataformas alternativas e o potencial de alcançar públicos simpáticos é o que as torna atraentes para candidatos como Jill Stein e Robert F. Kennedy Jr.
Novas formas de alcançar os eleitores
Cianci explica que “as pessoas mais jovens não estão tendo acesso às notícias da mesma forma e querem alcançar seus políticos de novas maneiras”. Compreender isso é fundamental para mudar as coisas para melhor, pois essas plataformas alternativas podem ser “o único caminho que temos”.
Eventos semelhantes também estão surgindo em outras plataformas. Kennedy e Trump concordaram em realizar uma “town hall do povo” no X (anteriormente Twitter), moderada por jornalistas, onde os espectadores poderão enviar perguntas.
Vozes divergentes e ceticismo
Embora ofereçam uma plataforma para vozes divergentes, estas town halls virtuais também suscitam ceticismo. Sem a presença de jornalistas profissionais para contestar alegações infundadas, há o risco de que teorias da conspiração e desinformação sejam amplificadas.
Além disso, a falta de diversidade entre os criadores de conteúdo que organizam esses eventos pode resultar em debates enviesados e pouca contestação das ideias dos candidatos.
Um novo paradigma para o engajamento político?
Independentemente das críticas, é inegável que estas town halls virtuais representam um novo paradigma no engajamento político. Elas permitem que candidatos de terceiros partidos alcancem eleitores de forma direta e sem filtros, desafiando o monopólio dos meios de comunicação tradicionais.
No entanto, resta saber se essa abordagem mais desregulada contribuirá para um debate político mais saudável ou simplesmente abrirá mais espaço para a disseminação de desinformação e teorias da conspiração.
O futuro do engajamento político
À medida que as plataformas digitais continuam a evoluir, é provável que vejamos mais experimentação com formatos semelhantes. A chave será encontrar um equilíbrio entre dar voz a perspectivas diversas e manter a integridade e a precisão do discurso político.
Seja qual for o futuro dessas town halls virtuais, elas certamente desafiam as normas tradicionais da comunicação política e abrem novas oportunidades e riscos para os candidatos e eleitores.
Conclusão
As town halls virtuais no TikTok Live e outras plataformas representam uma nova fronteira no engajamento político, permitindo que candidatos de terceiros partidos alcancem eleitores de forma direta e sem filtros. No entanto, também trazem riscos, como a amplificação de teorias da conspiração e desinformação. À medida que exploramos essas novas formas de interação política, é crucial encontrar um equilíbrio entre dar voz a perspectivas diversas e manter a integridade e a precisão do discurso político.