Quando sua arte é roubada online, você pode lutar e até mesmo comprar uma casa
Nem todo mundo sabe, mas quando você cria algo e o compartilha na internet, seus direitos sobre essa criação não são perdidos. Jonas Jödicke, um artista de Berlim, descobriu isso da pior maneira possível – mas também aprendeu como usar a lei a seu favor.
Sua arte viralizou, mas foi roubada
Tudo começou quando Jödicke criou uma pintura digital de uma cabeça de lobo com uma coroa de estrelas. Ele postou a obra, chamada “Onde a Luz e a Escuridão se Encontram”, no DeviantArt em 2016 e ficou surpreso ao ver sua popularidade explodindo. Logo, sua arte estava estampada em camisetas, canecas, estojos de lápis e até em assentos de vaso sanitário, sem seu consentimento.
Jödicke ficou devastado ao ver sua criatividade sendo explorada por terceiros sem que ele recebesse nada por isso. Ele tentou remover as cópias ilegais, mas a cada loja que ele conseguia tirar do ar, outras dez apareciam. “Quase quis desistir da minha arte, porque me senti tão arrasado que as pessoas simplesmente pegariam meu trabalho e lucrariam com ele, e eu não via nada disso”, lembra o artista.
Uma chance de lutar
Em 2020, Jödicke recebeu uma resposta inesperada quando o cantor Aaron Carter usou uma de suas outras obras, “Brotherhood”, para promover sua linha de roupas no Twitter (agora X). Pela primeira vez, Jödicke tinha uma evidência clara de violação de direitos autorais e decidiu processar Carter. Após um ano de procedimentos judiciais, ele recebeu um acordo financeiro de cinco dígitos.
Esse processo abriu os olhos de Jödicke para a possibilidade de lutar contra os ladrões de sua arte. Ele então contratou uma empresa de advocacia especializada em combater a contrafação, a Edwin James IP, que conseguiu rastrear e processar mais de 4.000 lojas que vendiam produtos usando suas obras sem autorização.
Justiça e um lar novo
O resultado desses processos foi transformador para Jödicke. Ele recebeu uma quantia significativa que o permitiu comprar um apartamento em Berlim e resolver suas preocupações financeiras. “Isso mudou completamente minha vida”, afirma o artista.
No entanto, a luta de Jödicke não acabou. Ele diz que a empresa de advocacia ainda está encontrando novas lojas que vendem produtos com sua arte roubada. Além disso, Jödicke está de olho nos desdobramentos de processos envolvendo o uso de obras de arte por sistemas de inteligência artificial, uma questão que ele vê como similar ao que enfrentou.
Lições para artistas
A história de Jödicke serve como um lembrete importante para artistas que compartilham suas criações online: seus direitos autorais permanecem, mesmo que sua arte seja amplamente compartilhada. Além disso, existem maneiras de lutar contra a exploração, seja através de processos judiciais ou de outras ações legais.
Artistas como Jödicke e Jingna Zhang, que também processou IA por usar suas fotos, esperam que seus casos ajudem a estabelecer precedentes legais e inspirem mudanças na legislação para proteger melhor a propriedade intelectual no ambiente digital em constante evolução.
Conclusão
A história de Jonas Jödicke é um lembrete de que, mesmo quando parece que nossa criatividade está sendo roubada e explorada na internet, ainda temos meios legais de lutar e obter justiça. Seu exemplo mostra que, com determinação e o uso estratégico do sistema legal, até mesmo artistas individuais podem fazer a diferença e garantir que seu trabalho seja devidamente reconhecido e recompensado.
Key Takeaways:
– Quando sua arte é roubada e usada sem permissão na internet, você ainda tem direitos autorais que pode fazer valer.
– Jödicke processou com sucesso um artista famoso e uma empresa de advocacia para recuperar milhares de dólares por violação de seus direitos.
– Seu caso serve de inspiração para outros artistas que enfrentam problemas semelhantes com a exploração de suas obras online e pelo uso de inteligência artificial.