Em um mundo cada vez mais dominado pela inteligência artificial (IA) generativa, as grandes empresas de tecnologia estão fornecendo veneno e antídoto aos políticos e campanhas eleitorais. Enquanto treinam os candidatos a usarem seus poderosos chatbots, também estão implementando medidas para evitar o uso indevido dessas ferramentas.
Resumo das Principais Ideias:
- Microsoft e Google estão treinando campanhas políticas no uso de IA generativa, como os chatbots Copilot e Gemini.
- Essas ferramentas podem ajudar a escrever e-mails, mensagens de texto e propostas políticas, economizando tempo e dinheiro.
- Porém, elas também podem ser usadas para criar deepfakes, cheapfakes e conteúdo enganoso, ameaçando a integridade das eleições.
O Veneno e o Antídoto da IA Generativa
As campanhas políticas dos EUA estão enfrentando seu primeiro grande escândalo de cheapfakes neste ciclo eleitoral. Clipes editados de forma enganosa do presidente Biden em eventos importantes viralizaram nas redes sociais, exagerando os efeitos de sua idade. É exatamente o tipo de conteúdo que a mídia de direita adora para atacar Biden, apesar de ser claramente manipulado.
Enquanto isso, gigantes da tecnologia como Microsoft e Google estão treinando campanhas e grupos políticos sobre como usar suas ferramentas de IA generativa. Desde o início de 2024, eles realizaram mais de 90 sessões de treinamento com mais de 2.300 participantes em 20 países.
Microsoft e Copilot: Economizando Tempo e Dinheiro
A Microsoft adaptou suas sessões de treinamento para atender às necessidades de campanhas nacionais, mostrando como o Copilot, seu chatbot de IA, pode ser usado para escrever e editar e-mails de arrecadação de fundos e mensagens de texto de forma rápida.
“Assim como qualquer pequena empresa poderia aproveitar a IA, acreditamos que uma campanha também poderia”, disse Ginny Badanes, gerente geral do programa Democracy Forward da Microsoft.
Google e Gemini: Analisando Propostas e Dados
O Google também começou a integrar a IA em seus workshops sobre cibersegurança com campanhas. Eles ensinam os participantes a usar ferramentas como o chatbot Gemini para comparar diferentes propostas políticas e analisar conjuntos de dados.
“Não queremos começar esse processo daqui a seis meses. Começar hoje é como ficamos à frente dessa curva“, disse Matt Hodges, diretor executivo do Zinc Labs e ex-diretor de engenharia da campanha Biden 2020.
Autenticação de Conteúdo: Uma Solução Imperfeita
As big techs assinaram um pacto para implementar “precauções razoáveis” para evitar que suas ferramentas de IA generativa contribuam para catástrofes eleitorais. O acordo pede que as empresas detectem e rotulem conteúdo enganoso criado com IA.
Microsoft e Google incorporaram seus programas de rotulagem e marcação d’água nos workshops com campanhas. No entanto, nenhum desses métodos de autenticação de conteúdo é à prova de falhas.
Chatbots com Dificuldades em Questões Eleitorais
Além disso, os próprios chatbots Copilot e Gemini não conseguem responder perguntas simples sobre a história eleitoral. Quando questionados sobre quem venceu a eleição presidencial de 2020, ambos se recusaram a fornecer uma resposta.
“Esses seriam os modelos fornecendo orientação política às campanhas. Eles também são os modelos que dão suporte aos chatbots que respondem perguntas dos eleitores ou se candidatam eles mesmos”, observa David Gilbert, jornalista do WIRED.
Necessidade de Regulamentação Governamental
A seis meses do dia das eleições, as big techs estão fornecendo tanto o veneno quanto o antídoto da IA generativa para as campanhas. Mesmo que seus programas de autenticação pudessem identificar conteúdo gerado por IA 100% das vezes, o governo provavelmente precisaria intervir para padronizar a tecnologia em todos os setores.
Conclusão: Um Equilíbrio Delicado
À medida que a IA generativa se torna cada vez mais poderosa, é crucial encontrar um equilíbrio entre aproveitar seus benefícios e evitar seus riscos. As empresas de tecnologia estão tentando fornecer ferramentas úteis para as campanhas, enquanto implementam medidas de segurança.
No entanto, a integridade das eleições é fundamental para a democracia, e nenhuma solução tecnológica é perfeita. Uma regulamentação governamental cuidadosa e uma conscientização pública sobre os perigos dos deepfakes e cheapfakes serão essenciais para navegar com segurança nesta nova era da IA generativa.