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Bem-vindo à Era do Estranho – Um Olhar Sobre a Crescente Tendência de Rotular o “Diferente” como “Esquisito”

A Ascensão do “Estranho” como Termo Político

Nos últimos dias, a palavra “estranho” se tornou uma espécie de bordão na discussão online. De políticos a anúncios, tudo parece estar sendo rotulado como “estranho”. Mas de onde veio essa tendência e o que ela revela sobre a nossa sociedade atual? O jornalista experiente está aqui para desvendar os mistérios dessa nova era do “estranho”.

Não há uma origem clara para essa onda de “estranheza”, mas alguns momentos-chave parecem ter catalisado o fenômeno. Talvez tenha sido o governador de Minnesota, Tim Walz, na MSNBC, dizendo que os republicanos “parecem estranhos”. Ou então os blogs proclamando que “os conservadores estão com dificuldade em lidar com toda essa coisa de ‘estranho'”. Ou quem sabe a reação das pessoas aos anúncios do Google Gemini durante as Olimpíadas de Paris, com pais incentivando seus filhos a usar a inteligência artificial para escrever cartas de fã para seus atletas favoritos.

Seja qual for a origem, uma coisa é certa: a Era do Estranho chegou. E essa não é uma questão de weirdness (ou “esquisitice”) ser algo novo ou de ter sido demonizada ou celebrada anteriormente. O que está acontecendo agora é uma mudança em quem é rotulado como “estranho” e quem tem o poder de fazer esse rótulo.

A “Estranheza” Invade a Política

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Source: wired.com

Na terça-feira, quando a vice-presidente Kamala Harris, a provável candidata democrata à presidência, subiu ao palco em um comício em Atlanta, ela recebeu aplausos quando perguntou à multidão: “Aliás, vocês não acham que algumas das coisas deles são simplesmente estranhas?” Ela se referia aos ataques que vem sofrendo do ex-presidente Donald Trump e de seu companheiro de chapa, o senador de Ohio J.D. Vance. Parece que o público já estava familiarizado com esse ponto de vista.

Esse discurso sobre o “estranho” provavelmente surgiu dos recentes comentários de Vance, que em uma entrevista ressurgida na Fox News, se referiu aos democratas, e a Harris especificamente, como “um bando de solteiras loucas por gatos” que não tinham nenhum “interesse direto” no país. Combinado com as piadas mal-sucedidas de Vance sobre a Diet Mountain Dew e os memes constantes sobre o senador e os sofás, a narrativa predominante se tornou a de que essas pessoas são esquisitas – por se concentrarem tanto em úteros e em quem está fazendo sexo com quem, entre outras coisas.

A Reação dos Democratas

Na sexta-feira passada, a conta do @TheDemocrats no Twitter tweetou “Trump é velho e estranho”. Na segunda-feira, o comitê de ação política Won’t PAC Down postou uma mensagem no X (antes conhecido como Twitter) toda em letras maiúsculas dizendo “ESSES CARAS SÃO SIMPLESMENTE ESTRANHOS”, junto com um vídeo de homens cada vez mais suados falando sobre o quanto têm o direito de “controlar seu quarto”. Houve também compilações de democratas chamando os republicanos de “estranhos” na TV a cabo. No final, isso deu aos democratas uma “vantagem narrativa que eles raramente tinham quando o presidente Joe Biden ainda era o candidato”, de acordo com a AP.

Claro, é possível que a mensagem do “estranho” não tenha se originado do próprio Partido Democrata, mas tenha surgido organicamente online. Quando o presidente Biden se retirou da disputa e endossou Harris, uma nova dinâmica se estabeleceu, e muitos eleitores jovens – o motor das mensagens políticas nas redes sociais – rapidamente se engajaram. Enquanto Biden era o candidato, ele geralmente tentava responder aos ataques da direita com declarações amplas sobre o futuro da democracia ou com alguns detalhes técnicos de política; quando Harris foi escolhida, isso abriu uma porta para que os eleitores da Geração Z e outros pudessem expressar suas respostas de forma mais direta.

Além da Política: O “Estranho” Invade outras Esferas

A rotulagem do “estranho” vai além da política. Quando a cerimônia de abertura das Olimpíadas da semana passada incluiu uma cena com drag queens e outros artistas fazendo o que parecia ser uma homenagem à Última Ceia, conservadores e cristãos ficaram indignados, chamando-a de “satânica” e “louca”. Alguns acharam que essa forte reação era estranha, apontando que o quadro era na verdade uma referência ao deus grego Dionísio.

O rótulo de “estranho” também se espalhou para o mundo da tecnologia e dos negócios, onde as conexões de Vance com o Vale do Silício, onde ele costumava ser um investidor de risco, ganharam destaque. “De onde J.D. Vance tira suas ideias estranhas e aterrorizantes de tecno-autoritarismo“, lê-se no título de um artigo da The New Republic.

Entendendo as Raízes do “Estranho”

O que agora está sendo chamado de “estranho” na realidade tem uma história que remonta à Guerra Fria. Por décadas, os conservadores têm conseguido atrair seguidores afastando-se de discussões sobre Deus ou religião e se concentrando em demonizar o “diabo liberal”, diz a professora de comunicação da Universidade de Oregon, Whitney Phillips, que está prestes a lançar um livro sobre o assunto. O resultado é que conceitos como homossexualidade, sexo antes do casamento, aborto e socialismo são todos agrupados, criando “um tipo de mal onipresente e vago com o qual você não consegue realmente lidar, mas que você realmente teme e está bravo”.

O que os liberais estão reagindo é ver todas essas coisas agrupadas e demonizadas. “Este momento é importante para as pessoas chamarem a atenção“, diz Phillips. “Você tem esse estranho minorismo, essa obsessão com crianças e genitais e drag queens e bibliotecários e tudo isso em que você fica se perguntando: ‘O que há de errado com vocês?'”

Os Riscos de Usar o “Estranho” como Estratégia

No entanto, a reação já está em andamento. No último fim de semana, o ex-candidato republicano à presidência Vivek Ramaswamy twittou que o argumento de “eles são estranhos” é “estúpido e juvenil”, acrescentando que “esta é uma eleição presidencial, não um concurso de rainha do baile do ensino médio”.

Ao chamar alguém de “estranho”, você está implicitamente rotulando alguém como “normal” ou desviante, e isso tem consequências. “É assim que as pessoas transgênero são atacadas, é assim que as mulheres que não têm filhos são atacadas”, diz Phillips. Trump e seus apoiadores não vão simplesmente mudar de ideia, e, no final, a “estranheza” pode acabar sendo “usada de maneiras que me deixam nervosa, mesmo que eu também ache que não chamar a atenção para a estranheza é perigoso”.

Conclusão: Buscar a Compreensão, não o Rótulo

Portanto, a Era do Estranho está apenas começando, e o jogo de rotular o outro como “estranho” parece ser um fenômeno que vai continuar a se desenrolar. Mas será que essa estratégia realmente funciona? Como a vice-presidente Harris e os democratas podem transformar esses memes em ações concretas? E será que o uso excessivo do termo “estranho” não acaba se tornando um empecilho para realmente entender as diferenças e os desafios da nossa sociedade contemporânea?

Esses são os dilemas que este jornalista experiente espera que você, caro leitor, possa refletir e debater. Afinal, a verdadeira solução não está em rotular o outro como “estranho”, mas em buscar o entendimento e a empatia em um mundo cada vez mais diverso e complexo.

Principais Conclusões

  • A ascensão do termo “estranho” como arma política – A palavra “estranho” se tornou um bordão comum na discussão online, com políticos e outros a utilizando para rotular seus adversários.
  • A “estranheza” invade outras esferas além da política – O rótulo de “estranho” se espalhou para áreas como o mundo da tecnologia e dos negócios, com conexões de figuras públicas sendo questionadas.
  • Os riscos de usar o “estranho” como estratégia – Rotular alguém como “estranho” pode ter consequências negativas, levando a ataques e divisão. A solução está em buscar o entendimento e a empatia.

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