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A mais recente iniciativa de privacidade digital dos EUA, conhecida como American Privacy Rights Act (APRA), foi arquivada antes mesmo de ser votada. Isso representa um novo fracasso dos legisladores americanos em promover os direitos de privacidade dos cidadãos, deixando-os à mercê das práticas invasivas de vigilância e coleta de dados pelas grandes empresas de tecnologia.

3 Principais Destaques:

  • O projeto de lei APRA prometia estabelecer um arcabouço federal de proteção à privacidade do consumidor, mas foi abandonado após intensas pressões de grupos empresariais e republicanos.
  • Organizações de direitos civis e privacidade se retiraram do apoio ao APRA após a remoção de disposições cruciais contra a discriminação alimentada por dados e decisões algorítmicas.
  • O fracasso em aprovar uma legislação de privacidade robusta perpetua a capacidade das empresas de monitorar minuciosamente a vida dos americanos, impactando áreas essenciais como moradia, saúde e emprego.

Um Projeto Fadado ao Fracasso

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Source: wired.com

Os legisladores dos Estados Unidos mais uma vez falharam em oferecer aos americanos algum controle sobre seus próprios dados pessoais. O American Privacy Rights Act (APRA), uma proposta de lei abrangente de privacidade, foi descartada após anos de debates e edições contínuas.

A decisão de cancelar a sessão de votação na Comissão de Energia e Comércio da Câmara (E&C) ocorreu após líderes republicanos prometeram enterrar o projeto, independentemente de sua aprovação. Porém, essa atitude também poupou muitos democratas de terem que apoiar um projeto que havia sido esvaziado de proteções cruciais aos direitos civis.

Um Longo Histórico de Fracassos

O APRA foi construído sobre os escombros de várias outras tentativas fracassadas de proteger os americanos das práticas invasivas e insaciáveis de coleta de dados por parte da indústria de vigilância comercial, amplamente desregulamentada.

A cada nova falha em aprovar uma lei desse tipo, uma parcela maior da economia americana se torna dependente da monitoração minuciosa das atividades diárias de seus usuários – práticas que hoje impactam aspectos fundamentais de suas vidas, como a obtenção de moradia, assistência médica e emprego.

Pressões de Todos os Lados

Enquanto os republicanos, fervorosamente contrários às proteções mais rígidas, detinham o real poder de destruir o projeto, os democratas da Câmara também sofreram intensa pressão para vê-lo morto. Isso porque, como descreveu um repórter familiarizado com a trajetória do projeto, “todo mundo o odeia”.

Até terça-feira, o APRA havia perdido o apoio de dezenas de importantes grupos de privacidade e liberdades civis em todo o país. Organizações como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) e o Centro para Democracia e Tecnologia afirmaram que não podiam mais apoiar o projeto após os legisladores da E&C terem retirado disposições-chave destinadas a proteger membros vulneráveis da sociedade contra a discriminação e danos derivados de tecnologias impulsionadas por inteligência artificial.

Removendo Proteções Cruciais

O novo texto, elaborado para agradar lobistas conservadores representando os interesses das grandes empresas, omitiu, por exemplo, uma seção crucial que fazia referência aos “direitos civis”. A parte excluída visava evitar que empresas traficassem dados pessoais “de maneira que discrimine ou restrinja o igual gozo de bens ou serviços com base em raça, cor, religião, origem nacional, sexo ou deficiência”.

A exclusão de trechos que responsabilizariam empresas por decisões discriminatórias com base em dados em áreas como moradia, emprego e saúde provocou uma forte reação de organizações da sociedade civil, incluindo a NAACP, a Liga dos Cidadãos Americanos de Origem Japonesa e a Rede de Autodefesa Autista, entre dezenas de outras.

Impactos Prejudiciais da IA e Algoritmos

Mas os cortes não pararam por aí. A versão mais recente do APRA também excluiu dispositivos que concederiam aos usuários o poder de optar por não serem alvo de algoritmos em “decisões consequenciais” com base em seus dados pessoais. Ao mesmo tempo, foi eliminada a obrigação das empresas de examinar e auditar os impactos de seus próprios algoritmos nos usuários.

“Sem essas disposições, as pessoas podem e serão sujeitas à IA que toma ou contribui para decisões importantes e transformadoras sobre elas, e terão pouca ou nenhuma maneira de se proteger“, afirma Eric Null, codiretor do projeto de privacidade e dados do Centro para Democracia e Tecnologia.

Apelos dos Grupos de Direitos Digitais

Grupos de direitos digitais como Access Now, Demand Progress e Free Press Action pressionaram os democratas a não aceitarem essas mudanças, argumentando que “um projeto de privacidade que não inclua proteções aos direitos civis não protegerá de forma significativa contra os abusos mais graves de nossos dados”.

Em uma declaração após o cancelamento da sessão, Frank Pallone Jr., principal democrata da E&C, criticou os líderes republicanos por interferirem no processo da comissão, mas elogiou a dedicação de sua presidente republicana, Cathy McMorris Rodgers, em “devolver o controle dos dados aos americanos”.

Um Futuro Incerto para a Privacidade Digital

Apesar do mais recente fracasso, Pallone declarou que não desistirão e que a E&C é a única comissão no Congresso com coragem para “enfrentar as grandes empresas de tecnologia em nome do povo americano”.

No entanto, com os interesses empresariais e partidários se sobrepondo aos direitos individuais, o futuro da privacidade digital nos Estados Unidos permanece nebuloso. A menos que uma legislação robusta e abrangente seja aprovada, os americanos continuarão vulneráveis às práticas predatórias de vigilância e coleta de dados que moldam cada vez mais aspectos cruciais de suas vidas.

Conclusão

O cancelamento da votação sobre o American Privacy Rights Act é mais um revés na luta pela privacidade digital nos Estados Unidos. À medida que as grandes empresas de tecnologia se tornam cada vez mais onipresentes e poderosas, a necessidade de proteções legais sólidas contra a vigilância e o abuso de dados pessoais se torna ainda mais urgente. No entanto, com interesses corporativos e políticos conflitantes, a aprovação de uma legislação significativa parece continuar sendo um desafio árduo a ser enfrentado pelos defensores da privacidade digital.

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